Linhas de Pesquisa

Artes, Comunicação e Contemporaneidade

Esta linha de pesquisa cruza os limites da arte, da comunicação e da contemporaneidade, percebendo nesse sentido muito mais que a simples relação existente entre os campos discursivos em seu formato individual com a sociedade, mas, necessariamente com seu entrelaçamento. Assim, no campo das artes contemplaremos as diversas formas de representação, considerando as diversas possibilidades de leitura da sociedade e sua relação política, social e necessariamente crítica. A comunicação e a contemporaneidade se inserem na linha de forma não diferente, percebendo também a relação direta destas com a sociedade e suas diversas formas de manifestação. Pois, com a transformação do cenário local e global que se configura na (des)territorialização dos espaços, a permeabilidade das fronteiras e a importância do poder local dentro deste contexto gera a participação do individuo dentro e fora da coletividade, nos espaços comunitários e na tomada de decisão participativa. A globalização afeta a maneira como são formadas as relações entre cidadãs/cidadãos, municípios, estados, países em escala cada vez mais difusa entre os espaços, suas fronteiras e as novas relações entre os diversos agentes sociais contemporâneos de nossa sociedade. Perceber como a sociedade está representada nas artes e como esta se projeta na comunicação, sob as diversas ferramentas possibilitadas pela pós-modernidade é o caminho trilhado pelos integrantes desta linha.


Educação e Políticas Públicas


Educar significa reconhecer a realidade exterior ao ambiente escolar. Significa admitir que os modelos econômico e social aos quais estamos ligados interferem nas concepções de indivíduos e de mundo e nas relações interpessoais. Portanto, a prática docente deve ser capaz de, também, trazer as inúmeras questões não só de ordem metodológica, mas antes disso, questões ideológicas e psicossociais. A escola precisa se desenhar como uma democracia real para a formação dos agentes sociais, para que estes possam intervir na sociedade, modificando-a. A falta da cultura da participação política é tida como uma das possíveis explicações para a desigualdade no Brasil. Existe na sociedade dos nossos dias o desafio de enfrentar uma herança de injustiça social que nega a boa parcela da população o acesso às condições básicas de cidadania. As chamadas políticas públicas são demandas que surgem nas comunidades e precisam ser legitimadas pela população para serem realizadas intervenções, investimentos e/ou regulamentações. O que parece acontecer, no entanto, é que originam-se as necessidades e, em contrapartida,  o descaso do poder público. É nessa lacuna que aparecem outros poderes, outros agentes que assumem o papel esquecido pelo Estado e garantem a essas comunidades o que, na realidade, é um direito previsto em lei. Observa-se, portanto que, cada vez mais a desigualdade é associada, sobretudo na academia, à ausência de direitos sociais. A intenção dessa linha de pesquisa é investigar a atuação desses “novos agentes sociais” no campo da educação e a reflexão da implementação dessas políticas no cotidiano dessas comunidades.


Gênero e Sexualidades


Esta linha de pesquisa propõe uma investigação empírica e teórica acerca das questões vinculadas à diversidade de gênero e sexualidades, estas compreendidas como constructos das relações sociais, as quais são construídas discursivamente na história das sociedades. Nesse sentido, a diversidade de gênero irá abarcar questões vinculadas a expressões identitárias sobre mulheres e suas representações sociais na sociedade contemporânea, principalmente na produção literária e nos meios de comunicação massivo, como TV e Cinema, tendo como base teórica a articulação da literatura dos estudos feministas e pós-feministas. No que concerne ao estudo das Sexualidades, procura-se trabalhar, preferencialmente, com grupos historicamente excluídos e reprimidos em sua manifestação de orientação sexual e identidades de gênero, como Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais, Travestis, Transgêneros e tantos outros, imbuindo-os de voz e poder, bem como analisar comportamentos e práticas sexuais, no sentido de legitimá-las como práticas sociais e reconhecê-las como fonte de conhecimento, através da perspectiva da teoria queer



Movimentos Sociais e Relações Étnicas 


Falar sobre Movimentos Sociais e Relações Étnicas é legitimar a importância dessa discussão nas diferentes esferas da sociedade brasileira. Apesar de termos um reconhecimento dos Movimentos sociais na segunda metade do século XIX, tais discussões são crescentes e atuais e tiveram inicio nos anos 50. A desigualdade social é um problema expressivo no Brasil. O racismo é um tema real, virulento e que traz dor e sofrimento para o resto da vida. Pesquisadores defendem que, o aspecto invisível da desigualdade social nunca foi a raça, mas sim o ertencimento à classe social. A identificação de práticas de discriminação racial representa a necessidade de uma análise ampla da questão e vem contribuir para a identificação das formas pejorativas de construção das imagens e autoimagens de negros e negras, o que certamente exerce influência nas formas de relacionamento interpessoal e intergrupal. Não é possível ignorar as diversas políticas implementadas (no pós-abolição) no sentido de restringir ao máximo os diversos direitos dos afrodescendentes e indígenas. Certamente a partir da consideração de tais aspectos, é que o Governo Federal Brasileiro implementou a lei 11.645/08. Tal medida representa uma grande contribuição à luta histórica dos movimentos sociais na defesa dos direitos da comunidade negra e indígena. Assim, o Brasil passa a concretizar compromissos sociais e políticos firmados em nível internacional. É nesse contexto, considerando essa intervenção das redes de Movimentos Sociais na ressignificação do legado do povo negro e indígena, que essa linha de pesquisa pretende atuar.

Patrimônio Cultural, Memória e Religiosidade


Através do debate das ciências sociais e humanas procuramos, com esta linha de pesquisa, apreender os estudos sobre Patrimônio, Memória e Religiosidade. Para tanto compreendemos tais categorias a partir da contribuição deixada pela História Cultural, com o pensamento de Roger Chartier, e da Antropologia Cultural, sob os olhares de Clifford Geertz e Néstor Canclini, autores que nos ajudam a entender o cotidiano e as relações que nele se manifestam a partir dos símbolos, significações, representações e interpretações que os indivíduos transmitem e aplicam nas mais diversas formas de relações culturais, legitimando ou não discursos, relações de poder, manifestações de fé, bem como construção de suas referências socioculturais, e na demarcação dos seus patrimônios histórico-culturais, materiais ou imateriais.




Nenhum comentário:

Postar um comentário